quarta-feira, 8 de junho de 2011

Relacionamentos - Arnaldo Jabor

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- É... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa.
Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na suaprópria companhia?
Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil
????

domingo, 24 de abril de 2011

O Arauto do Preconceito

Fiquei atônito ao ver uma lamentável publicação no site da revista veja, intitulada  "ALTO RISCO NA SELVA - Alerta sobre AIDS entre os índios trata de adesão dos ianomamis ao homossexualismo" (http://veja.abril.com.br/070802/p_081.html) do jornalista Leonardo Coutinho. Para resumir, o artigo diz que o contato dos índios com o homem branco está resultando em maior número de homossexuais nas tribos, aumentando assim os casos de AIDS entre os ianomamis.
São opiniões retrógradas como essas que produzem o pensamento preconceituoso. Desde 1990, quando Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais como desvio de comportamento social e sexual e, por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação dos direitos humanos, muitos cientistas sérios e pesquisadores têm feito muitos estudos a respeito da diversidade sexual e de gêneros, e o que se tem descoberto recentemente a respeito da diversidade humana são grandes conquistas, tanto para as comunidades LGBT quanto para toda a sociedade.
Cada vez mais têm-se provado que a diversidade sexual é natural, não só na raça humana, mas também em uma grande quantidade de animais. Alguns defendem até que este seja um mecanismo da natureza para evitar a superpopulação de espécies. Antropólogos afirmam que a prática homossexual é tão antiga quanto a humanidade e  muitos profissionais da área da psicologia têm concluído que a homossexualidade não nasce por uma interferência do meio familiar, social ou cultural.
Na verdade, o que o povo branco trouxe aos índios foi a cultura discriminatória e preconceituosa, tendo em vista as crescentes notícias de índios homossexuais que são apedrejados e sofrem todo tipo de violência dentro das tribos. Sabe-se que a prática homossexual nas comunidades primitivas era comum e não interferia em nada na continuidade dessas sociedades e, em alguns, casos, havia até um caráter superior e místico nessas práticas, o que não vem ao caso, mas que denota que só uma sociedade livre de preconceito e discriminação pode viver em harmonia.
Sobre a disseminação da AIDS pelos índios homossexuais nem há o que dizer, é pura ignorância de uma pessoa publicar um absurdo desses. Diria até que é muita coragem do Sr. Leonardo Coutinho fazer uma referência dessas numa publicação como a Veja. Sobre a revista, essa não é a primeira furada que já vimos. Andei pesquisando a respeito deste jornalista e vi que há processos contra ele por outras matérias preconceituosas, a maioria delas contra indígenas.
Este blog não tem o propósito único de levantar nenhuma bandeira a favor das causas dos direitos gays, mas foi impossível deixar esta passar. Deixo aqui registrada a minha indignação e o espaço aberto a qualquer manifestação dos meus leitores.
Passo adiante, deixando-me.

Na frente, Manuel, pai dos índios Marcenio (de branco) e Natalicio (ao fundo, de azul), que assumiram ser gays.