domingo, 17 de outubro de 2010

A Trilogia das Cores, de Krzystof Kielowski


"A Liberdade é Azul", "A Igualdade é Branca" e "A Fraternidade é Vermelha". Esta trilogia é simplesmente uma das maiores obras do cinema europeu de todos os tempos. A delicadeza e inteligência do cineasta Polonês Krzystof Kielowski é magnífica. As cores azul, branca e vermelha são referência à bandeira da França e "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", refere-se ao slogan da Revolução Francesa, talvez porque só seria possível abordar temas tão transgressores de maneira livre como este cineasta o fez através do cinema francês. 
Os valores que dão nome às três obras estão presentes do início ao fim da trilogia, que merecem ser resgatados após grandes decepções amorosas, onde a superação dessas dores são retradadas de maneiras distintas em cada filme. As atuações dos protagonistas são indiscutivelmente impecáveis e intensas. A dor do amor que toma conta da vida deles é sentida em cada momento. Há também uma qualidade em comum nos três, que é muito relevante para o entendimento da trilogia: a bondade.


O primeiro, "A Liberdade é Azul", é belamente melancólico. Julie (Juliette Binoche), após acordar de um acidente, fica sabendo que sua filha e seu marido estão mortos. Mergulhada numa profunda depressão, Julie resolve se desfazer de tudo que lembre o seu passado. Sua angústia e melancolia parecem ultrapassar os limites da existência, tornando-a indiferente a tudo e a todos, vivendo isolada, o que, metaforicamente, nos mostra o quanto a tristeza é uma forma de egoísmo. É justamente quando Olivier, amigo de seu falecido marido, e apaixonado por Julie, e sua vizinha prostituta, Lucille entram em sua vida, que nossa protagonista vai encontrando, lentamente, forças para continuar vivendo. Uma descoberta sobre seu marido também é decisiva para a libertação de Julie. Dos três, é o filme mais sensível e delicado, onde experimentamos junto com a personagem, a agonia da dor de amar, da perda e da solidão.


O segundo filme, "A Igualdade é Branca", conta a história de Karol, um polonês que surpreende-se ao chegar numa audiência e descobrir que sua esposa, Dominique, quer divorciar-se. Sem falar absolutamente nada em Francês, Karol se vê numa situação muito difícil, quando Dominique toma-lhe todos os seus bens e coloca a polícia atrás dele. Karol passa a pedir esmolas e nessa onda de angústia ele encontra Mikolaj, um polonês que resolve ajuda-lo a voltar à sua terra. Após voltar, Karol consegue dar a volta por cima e torna-se um homem rico. Mesmo amando loucamente sua ex-mulher, ele decide vingar-se dela. É a segunda lição que nos deparamos: aquela velha do amor próprio. A sua vingança é certeira e doce e é a sua libertação de toda a dor, e sua salvação.


O terceiro, "A Fraternidade é Vermelha", é o que mais mexe com a nossa inteligência. Valentine (Irene Jacob), é uma linda modelo que ao dirigir seu carro de volta pra casa, atropela um cão. Dessa maneira, ao procurar o dono, ela encontra um Juiz aposentado que possui o sórdido hábito de espionar a vida dos seus vizinhos. Valentine, ao deparar-se com esta situação, descobre as reais causas dessa estranha obsessão do Juiz. A amizade que nasce entre os dois faz com que ela se torne outra pessoa, pois esta namora à distância um homem ciumento e manipulador, que a sufoca. Os diálogos entre ela e o Juiz modifica completamente a nossa visão de julgamento. Este homem, que antes julgava sem conhecer, agora sabe da vida de todos os que vivem ao  seu redor. Apenas dessa maneira ele podia realmente saber a verdade sobre as pessoas, mas não cabe mais a ele julgá-los. Auto-penitência, culpa e mentira são os temas que rondam essa trama.




O final deste último é a síntese de tudo o que podemos entender e aprender sobre igualdade, liberdade e fraternidade. E principalmente sobre superação, quando todos os protagonistas dos três filmes são os únicos sobreviventes de um acidente de navio. Na verdade, eles sobreviveram do naufrágio que foram as suas vidas e libertaram-se das suas amarras. Eu recomendo estes filmes a todas as pessoas, pois neles há muito o que aprendermos sobre nós mesmos. Sobre como nos colocamos diante dos mais terríveis sentimentos, como egoísmo, tristeza, julgamento, traição, vingança, decepção, e como encontramos a força necessária para nos absolvermos e superarmos todas as dores!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Arte Urbana: Pintura no asfalto

Está virando tendência esse tipo de trabalho artístico na Europa e outros países como Canadá e Austrália. São pinturas realistas que causam  ilusões de ótica inacreditáveis. Vou pesquisar mais sobre o assunto e farei outro post mais detalhado, com a localização das pinturas e o nome dos artistas. Segue abaixo algumas imagens: