segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Quando falo de super-homem, não estou falando daquele dos filmes. Estou falando de um homem que parte da afirmação da morte, um homem que inventa a si mesmo em vez de aceitar um modelo pré-estabelecido, um homem que tem coragem de lidar, a cada segundo da sua vida, com o conflito que é a escolha de cada situação e que não atribui isso nem a Deus, nem à moral, nem ao pai, nem à geração passada, é um homem capaz de entender que, independente da sua história, existe um instante supremo, este! E neste instante é o seu gesto que determina. Ele não tem muita consciência e muita clareza do que esse gesto representa, essa racionalidade, mas é esse instante e a capacidade de ler a si mesmo, rever a si mesmo, construir a si mesmo, isso construiria esse homem forte. Então, o super-homem está na superação e não na verdade, o super-homem é a invenção de si!"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Relacionamentos - Arnaldo Jabor

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- É... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa.
Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na suaprópria companhia?
Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil
????

domingo, 24 de abril de 2011

O Arauto do Preconceito

Fiquei atônito ao ver uma lamentável publicação no site da revista veja, intitulada  "ALTO RISCO NA SELVA - Alerta sobre AIDS entre os índios trata de adesão dos ianomamis ao homossexualismo" (http://veja.abril.com.br/070802/p_081.html) do jornalista Leonardo Coutinho. Para resumir, o artigo diz que o contato dos índios com o homem branco está resultando em maior número de homossexuais nas tribos, aumentando assim os casos de AIDS entre os ianomamis.
São opiniões retrógradas como essas que produzem o pensamento preconceituoso. Desde 1990, quando Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais como desvio de comportamento social e sexual e, por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação dos direitos humanos, muitos cientistas sérios e pesquisadores têm feito muitos estudos a respeito da diversidade sexual e de gêneros, e o que se tem descoberto recentemente a respeito da diversidade humana são grandes conquistas, tanto para as comunidades LGBT quanto para toda a sociedade.
Cada vez mais têm-se provado que a diversidade sexual é natural, não só na raça humana, mas também em uma grande quantidade de animais. Alguns defendem até que este seja um mecanismo da natureza para evitar a superpopulação de espécies. Antropólogos afirmam que a prática homossexual é tão antiga quanto a humanidade e  muitos profissionais da área da psicologia têm concluído que a homossexualidade não nasce por uma interferência do meio familiar, social ou cultural.
Na verdade, o que o povo branco trouxe aos índios foi a cultura discriminatória e preconceituosa, tendo em vista as crescentes notícias de índios homossexuais que são apedrejados e sofrem todo tipo de violência dentro das tribos. Sabe-se que a prática homossexual nas comunidades primitivas era comum e não interferia em nada na continuidade dessas sociedades e, em alguns, casos, havia até um caráter superior e místico nessas práticas, o que não vem ao caso, mas que denota que só uma sociedade livre de preconceito e discriminação pode viver em harmonia.
Sobre a disseminação da AIDS pelos índios homossexuais nem há o que dizer, é pura ignorância de uma pessoa publicar um absurdo desses. Diria até que é muita coragem do Sr. Leonardo Coutinho fazer uma referência dessas numa publicação como a Veja. Sobre a revista, essa não é a primeira furada que já vimos. Andei pesquisando a respeito deste jornalista e vi que há processos contra ele por outras matérias preconceituosas, a maioria delas contra indígenas.
Este blog não tem o propósito único de levantar nenhuma bandeira a favor das causas dos direitos gays, mas foi impossível deixar esta passar. Deixo aqui registrada a minha indignação e o espaço aberto a qualquer manifestação dos meus leitores.
Passo adiante, deixando-me.

Na frente, Manuel, pai dos índios Marcenio (de branco) e Natalicio (ao fundo, de azul), que assumiram ser gays.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

De Bem Com a Vida

“De Bem Com a Vida” (How About You), filme irlandês do diretor Anthony Byrne, parece um clichê daqueles filmes de final de ano sobre o espírito do natal. Não deixa de sê-lo, porém, é um filme autêntico e comovente.
Ellie é uma destemida jovem. Após a sua mãe adoecer, ela se vê obrigada a procurar ajuda com a irmã que é dona de um asilo. Sua irmã dispõe-se a ajudá-la, dando-lhe um emprego e um lugar pra morar. Um imprevisto acontece e Ellie acaba ficando, por algumas semanas, responsável pelo asilo. Isso parece ser um tormento, pois os velhinhos são muito rabugentos e não suportam uns aos outros.

A medida que Ellie se aproxima deles e vice-versa, se desenlaçam descobertas, aprendizados  e amizades. Com a experiência dos velhos, Ellie aprende a ser uma pessoa madura e eles aprendem, com a vitalidade e juventude de Ellie, a reviver e superar as frustrações dos seu passado.
É um filme light, sem sensacionalismo de grandes cenas emotivas, típico dos filmes natalinos. Se for assistido sem muita expectativa, você se leva pela história, se diverte e comove-se em vários momentos.

 Um diálogo muito original do filme e que nunca irei esquecer, é de Ellie, depois de brigar com a irmã, desabafando com uma das velhinhas, que diz:

- Minha irmã não para de me chatear, vive chateada e reclamando. Acho que ela nunca gostou de mim.

- Ellie querida, por que você diz isso? O que importa na realidade não é o que as pessoas dizem a você. Palavras são só palavras. O que importa é o que elas fazem pra você. Você a procurou e ela lhe deu um emprego e um lugar pra morar e você ainda acha que ela não a ama. Eu deveria ter dito isto antes a você.

Preciso dizer mais? Passo adiante, deixando-me.


domingo, 17 de outubro de 2010

A Trilogia das Cores, de Krzystof Kielowski


"A Liberdade é Azul", "A Igualdade é Branca" e "A Fraternidade é Vermelha". Esta trilogia é simplesmente uma das maiores obras do cinema europeu de todos os tempos. A delicadeza e inteligência do cineasta Polonês Krzystof Kielowski é magnífica. As cores azul, branca e vermelha são referência à bandeira da França e "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", refere-se ao slogan da Revolução Francesa, talvez porque só seria possível abordar temas tão transgressores de maneira livre como este cineasta o fez através do cinema francês. 
Os valores que dão nome às três obras estão presentes do início ao fim da trilogia, que merecem ser resgatados após grandes decepções amorosas, onde a superação dessas dores são retradadas de maneiras distintas em cada filme. As atuações dos protagonistas são indiscutivelmente impecáveis e intensas. A dor do amor que toma conta da vida deles é sentida em cada momento. Há também uma qualidade em comum nos três, que é muito relevante para o entendimento da trilogia: a bondade.


O primeiro, "A Liberdade é Azul", é belamente melancólico. Julie (Juliette Binoche), após acordar de um acidente, fica sabendo que sua filha e seu marido estão mortos. Mergulhada numa profunda depressão, Julie resolve se desfazer de tudo que lembre o seu passado. Sua angústia e melancolia parecem ultrapassar os limites da existência, tornando-a indiferente a tudo e a todos, vivendo isolada, o que, metaforicamente, nos mostra o quanto a tristeza é uma forma de egoísmo. É justamente quando Olivier, amigo de seu falecido marido, e apaixonado por Julie, e sua vizinha prostituta, Lucille entram em sua vida, que nossa protagonista vai encontrando, lentamente, forças para continuar vivendo. Uma descoberta sobre seu marido também é decisiva para a libertação de Julie. Dos três, é o filme mais sensível e delicado, onde experimentamos junto com a personagem, a agonia da dor de amar, da perda e da solidão.


O segundo filme, "A Igualdade é Branca", conta a história de Karol, um polonês que surpreende-se ao chegar numa audiência e descobrir que sua esposa, Dominique, quer divorciar-se. Sem falar absolutamente nada em Francês, Karol se vê numa situação muito difícil, quando Dominique toma-lhe todos os seus bens e coloca a polícia atrás dele. Karol passa a pedir esmolas e nessa onda de angústia ele encontra Mikolaj, um polonês que resolve ajuda-lo a voltar à sua terra. Após voltar, Karol consegue dar a volta por cima e torna-se um homem rico. Mesmo amando loucamente sua ex-mulher, ele decide vingar-se dela. É a segunda lição que nos deparamos: aquela velha do amor próprio. A sua vingança é certeira e doce e é a sua libertação de toda a dor, e sua salvação.


O terceiro, "A Fraternidade é Vermelha", é o que mais mexe com a nossa inteligência. Valentine (Irene Jacob), é uma linda modelo que ao dirigir seu carro de volta pra casa, atropela um cão. Dessa maneira, ao procurar o dono, ela encontra um Juiz aposentado que possui o sórdido hábito de espionar a vida dos seus vizinhos. Valentine, ao deparar-se com esta situação, descobre as reais causas dessa estranha obsessão do Juiz. A amizade que nasce entre os dois faz com que ela se torne outra pessoa, pois esta namora à distância um homem ciumento e manipulador, que a sufoca. Os diálogos entre ela e o Juiz modifica completamente a nossa visão de julgamento. Este homem, que antes julgava sem conhecer, agora sabe da vida de todos os que vivem ao  seu redor. Apenas dessa maneira ele podia realmente saber a verdade sobre as pessoas, mas não cabe mais a ele julgá-los. Auto-penitência, culpa e mentira são os temas que rondam essa trama.




O final deste último é a síntese de tudo o que podemos entender e aprender sobre igualdade, liberdade e fraternidade. E principalmente sobre superação, quando todos os protagonistas dos três filmes são os únicos sobreviventes de um acidente de navio. Na verdade, eles sobreviveram do naufrágio que foram as suas vidas e libertaram-se das suas amarras. Eu recomendo estes filmes a todas as pessoas, pois neles há muito o que aprendermos sobre nós mesmos. Sobre como nos colocamos diante dos mais terríveis sentimentos, como egoísmo, tristeza, julgamento, traição, vingança, decepção, e como encontramos a força necessária para nos absolvermos e superarmos todas as dores!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Arte Urbana: Pintura no asfalto

Está virando tendência esse tipo de trabalho artístico na Europa e outros países como Canadá e Austrália. São pinturas realistas que causam  ilusões de ótica inacreditáveis. Vou pesquisar mais sobre o assunto e farei outro post mais detalhado, com a localização das pinturas e o nome dos artistas. Segue abaixo algumas imagens: